Enfim te torno
a ver, ó mar, meu velho amigo
que revelas de Deus a esplêndida grandeza!
Todo o meu ser de poeta eu sinto estar contigo,
sonhando junto a ti um sonho de beleza
Conheço-te
tão bem; no entanto, não consigo
dominar esta estranha e fúlgida surpreza
que, de novo, me causa a teu encanto antigo
que tem o esplendor de catedral acesa...
Ó mar,
que vens beijar a praia, leventemente,
depois, másculo e forte a abraças derrepente,
no intenso turbilhão das ondas sem descanso...
Eu te amo, ó
velho mar, insondável arcano!
És misterioso como o coração humano,
És belo como o ideal que eu tanto busco e não
alcanço.