Soluça
o mar... E são as rochas seculares,
Fantasmas do passado, em silêncio a escutar,
As queixas do titã e os místicos cantaares
De espuma que vem na praia se espraiar...
Da gaivota noturna
o vôo corta os ares
- asas abertas sobre a vastidão do mar -
Silenciosos estão dos praianos os lares...
Só campeia na altura, ainda insone, o luar.
Laivos de prata
põe nos rochedos; semeia
Fagulhas de cristal, iluminando a areia.
Nessa praia de sonho, onde estou a pensar
Nos teus olhos
que um dia iluminar vieram
Meus olhos de poeta... Os olhos que te esperam
Inutilmente, como a serra espera o mar...