Z W A R G

Defesa do Meio Ambiente na Juréia

Histórico e Informações sobre a
Estação Ecológica da Juréia
Paulo Nogueira Neto
 

O Maciço da Juréia no litoral Sul paulista, tem 890 metros de altitude e é uma antiga ilha hoje ligada ao continente por terrenos de aluvião cobertos por uma floresta costeira típica, de médio porte. Há anos ela despertou a atenção dos conservacionistas, principalmene os da Sociedade de Ecologia de Itanhaém chefiada pelo Professor e Vereador Ernesto Zwarg. Em consequência dos seus esforços, o CONDEPHAAT (Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado de São Paulo), da Secretaria de Cultura, em reunião efetuada no dia 12 de dezembro de 1977 decidiu tombar aquele maciço. O professor Ernesto Zwarg e o jornal "O Estado de São Paulo", que estavam fazendo uma campanha pela preservação do Maciço da Juréia, obtiveram um avião monomotor para que eu pudesse sobrevoar a região. No dia 5 de janeiro de 1978, eu e o fotógrafo Araquem Alcântara de "O Estado de São Paulo" fizemos um extenso sobrevoô daquela área. Imediatamente verifiquei que estavam certos os que pretendiam a preservação do belíssimo maciço comos seus costões intactos onde bate o mar revolto; há também pequenas extensões de praia, incrustadas nos rochedos. Vi a foz do Rio Verde de águas transparentes e as florestas recobrindo as encostas, típicas da mata atrântica de alto porte; avistei também a vegetação arbustiva em áreas de solo mais raso. Apreciei a linda presença da floresta típica de restinga, de baixo porte, ainda praticamente intacta na região. Cercando toda essa área está a floresta de porte médio, mata úmida de solos pantanosos, cobrindo toda a extensão que liga o Maciço da Juréia à Serra dos Itatins e regiões vizinhas. Observei também grandes praias: ao Sul, a Praia da Juréia e ao Norte , a Praia do Una, praticamente intactas, monstrando atrás a vegetação praieira seguida da mata da restinga. Era, enfim, um lugar esplêndido pela sua variedade de ecossistemas e pela sua imensa beleza cênica. Quando retornamos do sobrevôo, dei uma entrevista dando apoio da SEMA à conservação e à proteção daquela área.

No dia 6 de setembro de 1978, em Brasília, um dos proprietários da área, juntamente com advogados seus e da imobiliária e construtora, que dividiam entre si a propriedade da maior parte do Maciço da Juréia e áreas vizinhas, vieram acertar conosco detalhes sobre a doação da área à SEMA. Eles reservaram para si a planície, que pretendiam urbanizar, e nos deram a área montanhosa. A nosso pedido concordaram em ceder o Rio Verde até a sua foz. Por outro lado, pediram a reserva de duas pequenas áreas em platôs situados a cerca de 400 metros de altitude, para ali fazerem belvederes. Essa nos pareceu uma proposta muito boa, embora importasse no sacrifício da maior parte da floresta da restinga. Mas não havia outra alternativa pois não tínhamos recursos para adquirí-la.

No dia 25 de julho de 1979, em solenidade realizada no CONDEPHAAT, foi feito um compromisso escrito de doação de uma área de 1.100 ha. Assim, eles procuraram conciliar a conservação com a utilização econômica-turística das áreas de baixada. Nessa solenidade também foi assinado o tombamento do Maciço da Juréia.

No dia 12 de novembro de 1979 o Contrato de Comodato foi assinado sendo publicado na íntegra no Boletim de Serviço do Ministério do Interior sobr nº 677, em 12.11.79 e em forma resumida no Diário Oficial da União X, pg 17.190, em 30.11.1979. Esse Comodato deu status legal à presença da base da SEMA na Juréia. Valeria até que fosse efetivada a doação já prometida por escrito, mas que aguardava, para se efetivar, uma definição do Governo Federal sobre a construção de usinas nucleares na região. Já corriam boatos a respeito dessas usinas.

No dia 10 de janeiro de 1980, a CESP (Centrais Energéticas de São Paulo) fazia trabalhos exploratórios naquela região, indicando claramente que ela tinha uma destinação nuclear. Durante o restante do semestre houve uma série de notícias e comentários nos jornais, sobre esse assunto.

Finalmente, no dia 04 de junho de 1980, pelo Decreto Federal nº 84.771, o Presidente da República desapropriou a área necessária para o complexo nuclear, incluindo também grandes extensões que consitituiriam uma grande área tampão entre a urbanização que se espelhava ao longo da costa e as usinas nucleares.

No dia 17 de junho de 1980, no Anexo Leste do Palácio do Planalto, realizou-se uma reunião em que ficou resolvido que a área nuclear que estava sendo planejada, seia instalada com presença da SEMA, que manteria e ampliaria ali sua Estação Ecológica.

No dia 29 de julho de 1980, saiu o Decreto Federal nº 84.973 estabelecendo no seu Art. 1º que "as usinas necleares deverão ser localizadas em áreas delimitadas com estações ecológicas". Dessa maniera a SEMA, que já estva instalada dentro da área desapropriada, continuou ali presente.

A construção da sede da Estação Ecológica foi muito difícil, pois todos os materiais tiveram que ser transportados a partir da praia de Iguape, em canoas, contornando o costão até a foz do Rio Verde. Dalí seguiria até o local da sede atual.

Em 08 de dezembro de 1979, as clareiras para a construção das casas da sede da Estação Ecológica da Juréia, já estavam prontas e o material de construção se encontrava depositado no alto de barrancos atrás da praia da Juréia, aguardando o transporte por barco. Nos primeiros dias de 1980 uma fortíssima ressaca atingiu grande parte desses materiais, destruindo-os. Foi preciso substituit tudo o que o mar levou ou inutilizou, tarefa demorada. Só em 23 de abril o material de construção chegou à Foz do Rio Verde. Finalmente, em 04 de junho, a terraplanagem do local da sede estava pronta e os materiais já se encontravam lá, para a montagem das casas.

A partir da instalação da sede, a Estação Ecológica da Juréia começou a receber as visitas de cientistas, iniciando-se lá os trabalhos de pesquisa. Posteriormente, com a construção da Balsa do Rio Una e da estrada de acesso ao Rio Verde, os cientistas puderam chegar com maior facilidade à Juréia.

 


 
 
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