É
tão bela, tão meiga a canemeira
Quando está noiva, em plena floração...
Parece espuma que na capoeira
Foi engastada para inspiração...
Parece nuvem que ficou plasmada,
Sobre o oceano víride da mata
Para ser graça vegetalizada
Esgarçada num luar de prata...
Nuvem ou onda sobretudo é ela
Noiva revelada por um tênue véu
Tôda um sorriso, tão mimosa e bela,
Pelas aves mimadas em escarcéu...
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Quando à
tardinha o vento cancioneiro
Surge da prata, lépido, faceiro
E no barranco do jundú assôma...
Ela estremece, estremecendo os ninhos,
e tôda emocional se faz carinhos
Pela meiguice de sutil aroma...
Esse perfume, ungido de poesia,
Como expressão puríssima de amor,
Conta uma história quando ao fim do dia
ao vento treme a canemeira em flor...
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