Para os seresteiros
de Itanhaém
Dentro da noite,
a voz do seresteiro
Vem de longe a cantar... É a serenata.
E, lento, por detrás daquele outeiro.
vem surgindo o minguante côr de prata.
Geme em surdina
a viola do violeiro...
Um agreste perfume vem das matas:
Dos vagalumes o luzento isqueiro
os seus amores trêfegos relata
E a serenata passa,
de mansinho...
Alguém escuta à porta do ranchinho,
talvez lembrando um sonho que passou.
Mas, nas suas
antenas de veludo,
dona Saudade, que suavisa tudo,
o eco da serenata lhe deixou...