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Ernesto Zwarg e a Juréia

 

 

Zwarg na praia do Rio Verde,
ao fundo o Maciço da Juréia
 
Zwarg com sua neta Naiomy
na trilha que leva ao Rio Verde
 

Ernesto Zwarg na trilha do Correio do Imperador na
Serra da Juréia apontando a praia do Rio Verde

 
Ernesto Zwarg junto a um poste do telégrafo na trilha do
Correio do Imperador na Serra da Juréia
Ernesto Zwarg no mar do canto da praia da Juréia, onde terminam as caminhadas na Juréia em percurso de 30 km

"O PROSCRITO DA JURÉIA"

LUIZ ROBERTO DE OLIVEIRA FORTES

"A Pátria é uma textura de trilhas e caminhos"


Quando a Juréia era apenas um ameno paraíso terreal, formado de matas, cachoeiras, praias, costões e de arriscadas trilhas, e onde só aos primitivos moradores era dado a abeberar-se desses prodígios, já vaguejava pelo caminho do "Correio do Imperador" a figura quixotesca de Ernesto Zwarg Júnior, na sua infindável peregrinação de romeiro do Senhor Bom Jesus.

Não se pode afirmar que essas andanças de Zwarg fossem por devoção ao padroeiro de Iguape. Na verdade, decorrem certamente, do seu confessado amor à natureza, até jamais visto no santuário, ou participando de qualquer cerimônia religiosa. Como se lhe bastasse, como ato de religiosidade, palmilhar descalço as alvas areias de Una e Juréia, banhar-se nas límpidas cachoeiras e regatos, ou mirar a serrania do Pogoça, na esperança de vislumbrar, naquelas bandas, o "tucano de ouro".

No entanto, apesar do esforço de Zwarg, que logrou banir da Juréia loteadores e usinas atômicas, esse homem, já avançado em idade, não foi merecedor, até hoje, de uma única alusão meritórica da parte do Governo. Ou melhor, a alusão que se lhe fazem é no sentido de que se trata, verdadeiramente, de um visionário. E, como tal, lhe foi tolhido o acesso àqueles locais que, por visionário, ousou defender.

É inconcebível, porém, que o primeiro a lutar obstinadamente pela preservação da Juréia, dissipando, nessa luta, todos os seus bens, salvo aqueles que não se dissipam, possa, agora, ter barrado o seu acesso nessa mesma Juréia por quem tanto lutou. E justamente por aqueles que deveriam ver nele, longe de um desafeto, um exemplo a ser seguido.

Por isso, neste tempo de plena religiosidade, é justo que se faça menção ao cidadão e à cidadania de Ernesto Zwarg Júnior, pela sua constante luta e pelo seu devotamento à natureza, que é o bem maior, que é o bem de todos.

E, no futuro, quando forem transcritos para os anais da Estação Ecológica da Juréia os nomes daqueles que fizeram de acalentado sonho uma doce realidade, deverá ser encimado, dentre os que sonharam e os que lutaram, o de Ernesto Zwarg Júnior. Por ter sido o primeiro, o mais constante e o seu mais combativo defensor.

Ernesto Zwarg Júnior, ecologista, andarilho e cantador, é uma dessas pessoas por quem os sinos dobram.

Luiz Roberto de Oliveira Fortes
é iguapense, advogado militante e pós-graduado
na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo


 
 
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