As fontes da antiga Villa da Conceição

José Rosendo

 

O núcleo que então se formou, aos pés do Convento, com casas de pau-a-pique alinhadas em torno da Igreja Matriz e da Casa da Câmara e Cadeia, constituindo o largo da Matriz, jamais teve problemas de abastecimento de água. Eram quatro fontes que supriam de água potável o vilarejo: Itaguira, Água Vermelha, Rabelo e Mãe Benta. A única que até hoje existe é a fonte Itaguira, situada no sopé do morro do Convento, junto ao Mercado Municipal e defrente à ferrovia, local conhecido antigamente como "Porto dos Frades", por ficar próxima às escadarias que levava ao Outeiro. Até cerca de 40 anos atrás, mesmo com o advento da água encanada, muitas famílias preferiam, para beber, a cistalina água da Itaguira. Hoje, infelizmente, a água que dali brota está poluída. Água Vermelha era um "olho d'água" que brotava de pequena elevação situada no ponto onde hoje está o trevo de entrada da cidade, na Vila São Paulo. Embora, para a época. "longe da Vila", o povo tinha preferência pela mesma. Pois, apesar da coloração avermelhada, a água era saborosíssima e, segundo a lenda, tinha poderes curativos.

Todas as casas da Vila possuíam um pote ou uma moringa com a "água vermelha", que era consumida em ocasiões especiais e oferecidas às visitas, como um gesto de cordialidade. Num capão de mato existente nas proximidades do local, onde mais tarde foi construída a estação ferroviária, existia uma nascente de água que passou a ser conhecida como Fonte do Rabelo. A água, de excelente qualidade, era abundante. As autoridades construíram dois tanques de pedras. O primeiro abastecia de água potável as casas da vizinhança e o segundo, situado abaixo do outro, recebia as sobras do líquido. Era utilizado para a lavagem de roupas.

Um pouco mais adiante, na mesma direção (onde hoje está situado o colégio "Jon Teodoresco"), ficava a "Mãe Benta". Era uma pequena lagoa onde as lavadeiras exerciam o seu mister e a garotada se banhava em dias de verão! Com a chegada da estrada de ferro, em 1923, e os consequentes desmatamentos e aterros, essas fontes desapareceram. As moradoras da Vila também utilizavam para lavagem de roupa, os "olhos d'água", que eram connhecidos tradicionalmente como "tubos". Todos esses "tubos" situavam-se na atual rua Antônio Olívio de Araújo, antigo "Caminho de Baixo" e possuíam nomes bastante pitorescos como: "Fonte dos Cavalos", "Casinha", "Tubo do Sinhô Mariano", de "Sinhá Fina", de "Sinhá Antoninha de Paulo", de "Sinhô Vanca", de "Dona Adelaide", além de outros.

 

Fonte: "Flores da Pedra"
(Academia Itanhaense de Letras)


 
 
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